domingo, 30 de agosto de 2009

Amor entre amigos!!!


“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo15, 12). Houve um tempo em que se teorizava o fato segundo o qual, sendo os irmãos todos iguais, todos deveriam ser amigos. È um enorme equívoco.
O grego tem três palavras para expressar os diversos tipos de amor; palavras que podem lançar alguma luz sobre essa temática: Eros é o amor de atração; philía é o amor de amizade; ágape é o amor fraterno.
O primeiro implica uma atração física, o segundo uma atração espiritual, o terceiro não implica nenhuma atração, porque é dedicação gratuita. Eros é uma força poderosa, que move o mundo e pode mover para Deus, suma atração, e para os grandes empreendimentos.
Existem, porém, a tendência a extravasar: seja mantido sob controle, afim de que não invada o ambiente que é objeto da castidade professada. Tradicionalmente tem sido visto como uma possível fonte das famosas “amizades particulares” que, em sua expressão mais extrema, indicavam uma forma mais ou menos discreta de homossexualidade.
Semelhantes tendências sempre causaram sérios problemas na vida fraterna, e ainda que se compreendam as dificuldades das pessoas, por elas atormentadas, nem por isso serão estimuladas.
Philía, ou amizade baseada em uma afinidade espiritual, é digna de apreço e deve ser encorajada.
Nossas fraternidades deveriam ser escola de amizade: uma amizade é um dom afabilíssimo, como demonstram as grandes as grandes amizades na história da santidade. Uma amizade que é vinculo do coração, mas também liberdade do coração, um coração que não deseja nem possuir nem excluir os outros.
E isso para não incorrer em dois opostos: pretender que todos se tornem amigos ou, ao contrário, fazer da amizade um valor que exclui o outro. Se, de um lado, a amizade não pode ser ordenada ou imposta, de outro lado, a amizade não pode ser um pretexto para excluir outras pessoas, criando círculos ou rodas ou rodas que possam transformar-se em ilhas que efetivamente acabam por isolar os outros.
Ágape é o amor fraterno: esse é devido a todos, porque é esse amor que é objeto do mandamento do Senhor. Se a amizade não é devida a todos, porque nem todos podem estar próximos com a mesma afinidade, entretanto, devemos a honra de nosso serviço, de nosso respeito e de nossa atenção.
Todos irmãos, alguns amigos, nenhum amigo “equivocado”: essa é a grande tradição do caminho cristão e da vida em especial, que é mantida não obstante as fraquezas e a vulnerabilidade da natureza humana. Evidentemente com a força e a consolação do Espírito Santo.

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